O Brasil investe em formação de mestres e doutores, mas onde estão esses profissionais após a conclusão dos seus estudos? Um recente estudo do Centro de Gestão e Estudo Estratégicos (CGEE) aponta um cenário surpreendente.
A Realidade da Empregabilidade:
O estudo “Mestre e Doutores – Brasil 2024” analisa a formação e o emprego de mestres e doutores no Brasil entre 1996 e 2021. Os dados de 2021 revelam que:
- A empregabilidade aumenta com o tempo após a titulação.
- Doutores têm maior sucesso que mestres em ter emprego formal.
- Entretanto, a titulação não garante emprego, especialmente a curto prazo.
O Destino dos Doutores:
A maioria dos doutores formados no Brasil (72%) trabalha no setor de Educação. Apenas 3% atuam em “Atividades profissionais/científicas/técnicas”.
O Desafio da Absorção pelo Setor Industrial:
Se esses profissionais são vitais para a produção de conhecimento, a competitividade e a geração de inovação, por que o setor industrial brasileiro não os absorve em maior número?
Possíveis Explicações:
- Formação inadequada: A formação acadêmica não estaria preparando esses profissionais para as demandas do setor industrial.
- Falta de P&D: As empresas brasileiras não investiriam o suficiente em pesquisa e desenvolvimento (P&D).
- Retorno do investimento: As empresas não acreditariam no retorno do investimento em profissionais com títulos de mestrado ou doutorado.
Conclusão:
O estudo do CGEE aponta um cenário preocupante para o futuro da inovação e da competitividade brasileira. É necessário investigar os motivos pelos quais o setor industrial não absorve um maior número de mestres e doutores e buscar soluções para que esses profissionais possam contribuir para o desenvolvimento do país.
Fonte: https://mestresdoutores2024.cgee.org.br/